Os bacteriófagos, ou simplesmente fagos, são vírus que infectam e destroem bactérias. Diferente dos vírus que atacam plantas, animais ou humanos, os fagos são extremamente específicos, atingindo apenas certas espécies de bactérias. Eles se ligam às bactérias-alvo, injetam seu material genético e se multiplicam dentro delas até causar sua destruição.
Descobertos no início do século XX, os bacteriófagos têm sido estudados principalmente para tratar infecções bacterianas em humanos. Porém, recentemente, seu potencial na agricultura vem ganhando destaque como alternativa sustentável para o controle de doenças bacterianas que afetam diversas culturas.
A resistência bacteriana aos antimicrobianos é uma preocupação crescente na agricultura, especialmente devido ao uso intensivo de antibióticos e produtos químicos. Os bacteriófagos, por sua especificidade e capacidade de coevoluir com suas bactérias hospedeiras, apresentam uma vantagem significativa: a redução na seleção de cepas resistentes. Além disso, a utilização de coquetéis de diferentes fagos pode ampliar o espectro de ação e minimizar ainda mais o desenvolvimento de resistência bacteriana. (florestal.revistaopinioes.com.br)
Uma das vantagens do uso de bacteriófagos é a sua especificidade, o que significa que eles atacam apenas as bactérias-alvo, sem afetar outros microrganismos benéficos ou organismos não relacionados. Isso reduz o risco de desequilíbrios ecológicos e contaminação ambiental, tornando-os uma alternativa ambientalmente segura em comparação com produtos químicos convencionais. (florestal.revistaopinioes.com.br)
Doenças bacterianas, como a murcha bacteriana causada por Ralstonia solanacearum, causam perdas significativas na produção agrícola. Embora o enfezamento do milho seja causado por fitoplasmas (micro-organismos semelhantes a bactérias) e não por bactérias convencionais, outras doenças bacterianas, como o cancro cítrico (Xanthomonas citri), têm sido alvo de estudos envolvendo bacteriófagos. Pesquisas indicam que a aplicação de fagos específicos pode controlar efetivamente essas doenças, oferecendo uma alternativa viável ao uso de produtos químicos. (sappg.ufes.br)
A adoção de bacteriófagos no manejo de doenças bacterianas na agricultura representa uma abordagem inovadora e sustentável. Além de combater eficazmente patógenos específicos, essa estratégia contribui para a redução da resistência antimicrobiana e minimiza os impactos ambientais associados ao uso de defensivos químicos. No entanto, é essencial continuar investindo em pesquisas para entender melhor as interações entre fagos, patógenos e plantas, garantindo a eficácia e segurança dessa prática no campo.
Para aprofundar o conhecimento sobre sobre a Agricultura Regenerativa, recomenda-se a leitura dos seguintes artigos de domínio público:
1. “Fagoterapia no controle de bacterioses florestais” – Este artigo aborda a utilização de fagos no controle de doenças bacterianas em plantas florestais, destacando a eficácia e as considerações ambientais dessa abordagem. (florestal.revistaopinioes.com.br)
2. “Uso de bacteriófagos como controle microbiológico de bactérias patogênicas e deteriorantes na indústria alimentícia” – Embora focado na indústria alimentícia, este artigo explora o potencial dos bacteriófagos no controle de bactérias, oferecendo insights aplicáveis à agricultura. (usf.edu.br)
3. “Caracterização de um bacteriófago ativo contra Xanthomonas campestris e seu emprego no controle desses patógenos” – Este estudo detalha a caracterização de um fago específico e sua aplicação no controle de patógenos que afetam diversas culturas agrícolas. (teses.usp.br)
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